terça-feira, 15 de março de 2016

O QUE NINGUÉM DIZ SOBRE A DEPRESSÃO (mas eu vou dizer) by Yahoo Vida e Estilo International



Em 2009, pela primeira vez passei por um hospital psiquiátrico, e fiquei lá por uma semana. Naquele momento da minha luta contra a depressão, meus pensamentos giravam em torno das várias maneiras pelas quais eu poderia acabar com a minha vida. Desde então, meu medo de perder para a depressão, aumentou.


Eram três horas da manhã, e eu estava sozinho com meus pensamentos. Esta é uma experiência com a qual estou muito familiarizado. Uma experiência que eu nunca deixei de temer. Meu cérebro, entenda, quer me matar.

A depressão é uma doença mental, que essencialmente faz com que você acredite que é um lixo inútil. Para alguns, como eu, este sentimento pode se tornar forte o bastante para que pensamentos autodestrutivos sejam comuns.

A depressão, bem como qualquer outro problema de saúde diagnosticado, tem diferentes níveis de gravidade, e felizmente, não estou mais no nível crítico da doença. No entanto, pensamentos suicidas surgem de vez em quando, então eu precisei desenvolver maneiras de diminuir o impacto destes pensamentos.

Mesmo com estratégias definidas, lutar contra a depressão (e contra a perspectiva de pensamentos suicidas) é uma batalha constante e muito dolorosa. E é esta realidade — a letargia, a apatia forçada por traz de um véu de sorrisos — que desejo que as pessoas conheçam e entendam. Para entender o suicídio, é preciso entender a natureza da depressão. Para a maioria das pessoas que não passou pela experiência, isso é difícil.

A desvantagem de sempre ser o melhor

Oficialmente fui diagnosticado com transtorno depressivo em 2009, durante meu último ano de faculdade. Eu digo “oficialmente” porque, na época, meu psiquiatra sugeriu que provavelmente eu já sofria com o problema há mais tempo. Foi antes do último semestre da faculdade, no entanto, que a depressão se mostrou de uma forma que já não podia mais ser ignorada. Embora irracional, o suicídio aliviava minha incessante necessidade de me convencer de que minha vida valia a pena.

Parecia que a depressão era um pré-requisito para a admissão — uma crença que aparentemente não é completamente infundada.

Mas eu não era o único que enfrentava este inimigo. Na minha faculdade de “elite”, a depressão não era mencionada, mas era experimentada de forma quase onipresente por muitos dos meus colegas. Parecia que a depressão era um pré-requisito para a admissão — uma crença que aparentemente não é completamente infundada. De acordo com um estudo de 2014, realizado pela Cooperative Institutional Research Program da UCLA, quase um em cada 10 universitários sofrem de depressão — um número bem maior do que o citado em estudos anteriores. E este problema mental é indiscutivelmente mais difundido nos ambientes hiper competitivos das instituições de elite.

Como William Deresiewicz, um antigo professor de Yale que escreveu ‘Don’t Send Your Kid to the Ivy League’ explicou em uma entrevista para o The Atlantic:

“Essas crianças sempre foram as melhores de suas classes. Seus professores sempre as elogiaram e inflaram seus egos. Mas esta é uma falsa autoestima. Não é o verdadeiro autocontrole, no qual você se julga segundo os próprios padrões internos e tem a sensação de que está seguindo em direção a algum lugar…. Estas crianças não têm capacidade de medir o próprio valor de uma forma realista — ou são as melhores ou não valem nada. Este é o tipo de mentalidade que permeia todo o sistema”.
Mais recentemente, uma força-tarefa da University of Pennsylvaniaorganizou um exame da saúde mental nos estudantes no campus. Como o The New York Times relata, os pesquisadores trouxeram à luz um aspecto sombrio e perturbador da cultura do campus: “O Rosto de Penn”, um termo usado pelos alunos para descrever a prática de fingir que está feliz mesmo quando está triste ou estressado. Um fenômeno semelhante está presente em outras escolas de nível superior comoStanford, onde é conhecido como “A Síndrome do Pato”. “Como um pato, os alunos parecem deslizar pela água enquanto se debatem freneticamente para não afundar”, escreve Julie Scelfo no Times.

De fato, em uma época na qual as linhas do tempo no Facebook estão inundadas de promoções de trabalho, compromissos, e viagens de férias, a ansiedade sobre o sucesso pessoal é muito comum.


Fonte: https://br.vida-estilo.yahoo.com/post/127777974715/o-que-ningu%C3%A9m-diz-sobre-a-depress%C3%A3o-mas-eu-vou





Nenhum comentário:

Postar um comentário