terça-feira, 2 de setembro de 2014

O DECÁLOGO DE BERTRAND RUSSELL


FANTÁSTICO O DECÁLOGO, OU SEJA, 
10 MANDAMENTOS DE BERTRAND RUSSEL
ROBERTA CARRILHO 


Bertrand Russell (18 de Maio de 1872 a 2 de Fevereiro de 1970 +90 anos): foi um dos mais influentes matemáticos, filósofos e lógicos que viveram no século XX. Político liberal, ativista e um popularizador da filosofia, Russell foi respeitado por inúmeras pessoas como uma espécie de profeta da vida racional e da criatividade. Até à sua morte, a sua voz deteve sempre autoridade moral, uma vez que ele foi um crítico influente das armas nucleares e da guerra estadunidense no Vietnã. Era inquieto. Recebeu o Nobel de Literatura de 1950, "em reconhecimento dos seus variados e significativos escritos, nos quais ele lutou por ideais humanitários e pela liberdade do pensamento".

Russell escreveu contra a noção de moralidade vitoriana. O livro O casamento e a moral (1929) expressou sua opinião de que o sexo entre um homem e uma mulher que não são casados entre si não é necessariamente imoral se eles realmente se amam, e defendeu "casamentos experimentais" ou " casamentos de companheirismo" - as relações em que os jovens poderiam legitimamente ter relações sexuais sem serem, a longo prazo, obrigados a manterem-se casados ou a terem filhos - ante uma ideia proposta pela primeira vez pelo juiz Ben Lindsey) formalizada na época. 19 20 . Russell também foi um dos primeiros intelectuais a defender abertamente a educação sexual e amplo acesso a métodos contraceptivos. Defendia ainda a facilitação do divórcio, mas somente no caso de caso de casamentos sem filhos - a visão de Russell era de que os pais deveriam permanecer casados mas tolerantes à infidelidade sexual caso tivessem filhos. Russell também foi um ativo defensor dos direitos dos homossexuais, sendo um dos signatários da carta de A.E. Dyson de 1958 para o The Times pedindo uma mudança na lei sobre práticas homossexuais, que foram parcialmente legalizados em 1967, quando Russell ainda estava vivo. 

Russell propôs, em sua autobiografia, um "código de conduta" liberal baseado em dez princípios, à maneira do decálogo cristão. "Não para substituir o antigo", diz Russell, "mas para complementá-lo". Os dez princípios são:

1 - Não tenhas certeza absoluta de nada.

2 - Não consideres que valha a pena proceder escondendo evidências, pois as evidências inevitavelmente virão à luz.

3 - Nunca tentes desencorajar o pensamento, pois com certeza tu terás sucesso.

4 - Quando encontrares oposição, mesmo que seja de teu cônjuge ou de tuas crianças, esforça-te para superá-la pelo argumento, e não pela autoridade, pois uma vitória que dependente da autoridade é irreal e ilusória.

5 - Não tenhas respeito pela autoridade dos outros, pois há sempre autoridades contrárias a serem achadas.

6 - Não uses o poder para suprimir opiniões que consideres perniciosas, pois as opiniões irão suprimir-te.

7 - Não tenhas medo de possuir opiniões excêntricas, pois todas as opiniões hoje aceitas foram um dia consideradas excêntricas.

8 - Encontra mais prazer em desacordo inteligente do que em concordância passiva, pois, se valorizas a inteligência como deverias, o primeiro será um acordo mais profundo que a segunda.

9 - Sê escrupulosamente verdadeiro, mesmo que a verdade seja inconveniente, pois será mais inconveniente se tentares escondê-la.

10 - Não tenhas inveja daqueles que vivem num paraíso dos tolos, pois apenas um tolo o consideraria um paraíso.




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