quinta-feira, 1 de novembro de 2012

QUEM PENSAS TU QUE EU SOU? Abrão Slavutzky (psicanalista)

Eu recomendo este livro!
Muito bom ...
Bom Feriado para todos e ótimo final de Semana


Só para registro: Estou eufórica porque neste final de semana aqui em Divinópolis terá o primeiro de muitos "Encontrão da Turma de 2002 da FADOM" - programação 02.11.12 no Chef´s com Ed Martinez fazendo aquele show gostoso e no dia 03.11.12 a partir das 10h no Tavarana com direito a samba, muitas fotos, abraços, alegrias mil em rever amigos e amigos. Somos uma turma especial, nunca deixamos de ter contato, seja pelo orkut (antigo né) seja pelo Facebook (atualmente temos um grupo fechado). Cada um postando comentários, saudades, etc...  

Muito legal isso! 
Tô feliz demais!!!
Vou rever o Cicinho ... Cícero José do Couto Júnior - hoje meu amigo ficou chique (risos!) é Oficial Avaliador do Tribunal Regional Federal que voltou a morar em BH. Casou tem uma filhinha de menos de 2 anos que se chama Júlia. Êta Xaudades que tô do Ci-cicinho!!! entre outros(as).



Roberta Carrilho 


“Quem pensas tu que eu sou?” é a pergunta que se faz a um espelho. Na verdade, a pergunta ultrapassa o espelho, em busca dos mistérios que existem do outro lado. Trata-se do desejo que cada um tem em saber quem é de fato, uma construção que começa na escolha do nome e do sobrenome do sujeito. Não é por acaso que a Cabala afirma que nas letras do nome de uma pessoa está contida sua alma.

Este livro é um mergulho em um rio de superfície espelhada, não da forma como o fez Narciso e que o levou à morte, mas sim na procura do conhecimento de si mesmo. Cada ensaio, a seguir, é uma viagem para descobrir alguns amparos para se viver nos labirintos das paixões e dos amores essenciais.

Frente ao desamparo dos tempos atuais, cresce a importância da fraternidade e da frágil solidariedade enlaçada na amizade. Mas, talvez, para isso, seja preciso aprender a mais difícil das lições, a maior das odisseias  que é a de olhar para si e dizer como Sêneca: “Perguntas-me qual foi meu maior progresso? Comecei a ser amigo de mim mesmo”.

Sumário
Uma pergunta sobre a identidade
Se o cigarro do Garcia Marquez falasse
O último pedido
A descoberta do homem
Os que vivem sofrendo
O amigo que salvou kafka
A lógica das paixões
Nos labirintos da incerteza
A análise muda de Freud com Moisés
O Duplo : o sujeito é dividido
A transformação do narcisismo
A alma do espelho
A crueldade humana
Somos todos estranhos

Algumas descrições contidas no livro:

“A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo. E então eu soube: pertencer é viver.”


“Há um ensaio de Freud em que ele trata dos que fracassam quando triunfam, o que é um paradoxo, pois, quando uma pessoa vence, ela pode, por culpa ou por outro motivo, revelar uma impossibilidade de aproveitar seu sucesso.”


“É preciso que eu diga a mim mesmo que fui o único responsável pela minha ruína e que ninguém, seja ele grande ou pequeno, pode ser arruinado exceto pelas próprias mãos... Terrível foi sem duvida o que o mundo fez comigo, mais terrível ainda foi o que eu fiz contra mim mesmo”.


"O problema é que não há como crescer sem passar pelo desamparo e pela dor até conquistar certa independência afetiva, quando a pessoa consegue constituir uma vida própria, mais livre dos seus fantasmas infantis."


"O desafio de cada um talvez seja o de ampliar sua alma, enriquecer sua espiritualidade, para que tudo siga valendo a pena."


"Os amigos são o que alguém não é, mas gostaria de ser, e assim se constroem as amizades geradas por uma admiração recíproca."


"As paixões são tensas, ora fortes, ora frágeis, emocionantes e inquietantes, mas valem a pena, apesar dos pesares – e contanto sempre que um dos envolvidos não enlouqueça em caso de separação."


"O apaixonado muda toda sua alma para a casa do seu amor. Algumas vezes, essa fase passa e o amor continua, ao passo que em outras há rupturas dolorosas."


"Há algo pior que a morte e qualquer sofrimento, é a perda de amor-próprio."


"A paixão é um amor sem medida, e não pode entendê-la quem não a sente, escreveu Santo Agostinho nas Confissões."


"Ao lado das paixões destrutivas, felizmente estão as paixões construtivas, que levaram a humanidade a conquistar a democracia, ás evoluções cientificas, ás obras de artes e aos amores imprescindíveis."


"Trazer o passado para o presente é um desafio instigante – assim como criar na vida adulta novas formas lúdicas de desfrutar da vida."


"...O ser humano é ambivalente, fruto de uma divisão na sua realidade psíquica."


"A insistência dessa questão angustiante se deve ao fato de que ora a gente é bom, ora mau, ora refinado no comportamento, ora capaz de grosserias, ora ama, ora odeia, ora confia, ora torna-se subitamente desconfiado – logo, quem mesmo é cada um? Na verdade, o ser humano é ambivalente e oscila nos seus vínculos amorosos de forma desconcertante, mas com o tempo vai aprendendo a suportar os paradoxos da existência."


"Todo ser humano é, em menor ou maior medida, paradoxal, isto é, contraditório, e vive o incrível desafio de aprender a conviver com seus contrastes, com seus opostos."


"As palavras separam os homens dos objetos, uma vez que revelam a capacidade humana de simbolizar. Só os homens se comunicam por meio das palavras; elas são vitais e ás vezes mortais como será estudado, através do exemplo referente ao episódio bíblico com a palavra Shibolet [espiga] no capitulo “A crueldade humana”."


"Entretanto, há pontes que terminam no ar e então a pessoa cai, e as quedas são os fracassos; quando se fica perdido, quando não se sabe ao certo que se é, irrompe um sentimento de vulnerabilidade, temem-se os comentários persecutórios que ameaçam."


"Quando um neurótico conquistar uma visão humorada de como ele é, quando pode rir de si próprio, seu narcisismo foi transformado. Nos tratamentos, os pacientes, ao conseguir perceber seus desequilíbrios, suas contradições, com tolerância e até sorrir de si mesmos, estão próximos de ficar independentes e de concluir suas análises."


“Como o sol, como a lua, como a água, como o ouro, seja claro e brilhante e reflita aquilo que existe dentro do seu coração”. Por isso, ele nunca é só um frio objeto sem vida, já que revela algo a quem olha."


"Todos, de uma forma ou de outra, buscaram uma humanidade mais amorosa, mais justa, e, se houve avanços, o certo é que a crueldade se manteve poderosa, matando milhões em nome de um bem que nunca chegou."


"A vida é um hospital onde quase tudo falta por isso ninguém se cura e morrer é que é ter alta. E talvez resida nesse ponto uma das riquezas da psicanálise ao proporcionar um encontro na clinica do desconhecido, uma vez que tanto o paciente como o psicanalista podem então descobrir o estranho dentro de si sem rejeição ou terror."


"Logo, o paranoico tem seu olhar quase que só para fora de si, conhece muito bem os defeitos dos demais, mas não os seus, e se sente sempre perseguido, pois está sempre com a razão."


"Aprender a viver melhor com um pai, uma mãe, com suas dificuldades e facilidades, com seus defeitos físicos ou seus problemas psicológicos é uma conquista importante."


“Perguntas qual foi meu maior progresso? Comecei a ser amigo de mim mesmo”.


"Se é preciso elogiar a pergunta para conhecer, não se pode deixar de saudar a alegria, de viver sem tantas questões psicológicas, para não esquecer o quanto a vida pode ser boa. Lembrar que adiante das desgraças há as graças, ao lado do peso, a leveza, e uma lagrima pode secar com o vento. Convém ainda recordar a importância do riso e do sorriso, tão fáceis nas crianças e tão difíceis nos adultos. Por isso concluo com um adágio medieval que revela um sentimento positivo que sempre faz falta, pois, mesmo não resolvendo os grandes dilemas da existência, pode aliviar. E tudo que alivia, mesmo que não cure, vale a pena."


Venho não sei de onde, 
Sou de não sei quem, 
Morro não sei quando, 
Vou não sei aonde, 
Espanto-me de ser tão alegre!


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