quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

MENTES COM MEDO - DA COMPREENSÃO À SUPERAÇÃO - PARTE I (Ana Beatriz B. Silva)


CAPÍTULO 3
- TRANTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL (TAS) -

Se eu tento ser direto,
o medo me ataca
Sem poder nada fazer
Sei que tento me vencer
e acabar com a mudez
Quando eu chego perto, tudo
esqueço e não tenho vez
Me consolo, foi errado
o momento, talvez
Mas na verdade, nada
esconde essa minha timidez

Timidez, BIQUINI CAVADÃO


TIMIDEZ, DÁ UM TEMPO!

É comum ouvirmos amigos, parentes e até mesmo desconhecidos afirmarem que são tímidos. Uns, ainda que apresentem certa extroversão social, juram que no fundo bem lá no fundo, são tímidos essenciais. Mas afinal, o que é timidez? Uso de total franqueza para lhes afirmar que até hoje, após quase vinte anos de profissão, não consegui elaborar nenhuma definição que possa, de fato, descrever o que é a timidez. Para meu consolo, pude verificar, ao aprofundar meus estudos nessa dimensão humana tão intrigante, que vários autores e pesquisadores também tentaram elaborar teorias que pudessem desvendar essa faceta do comportamento humano que aflinge tantas pessoas.

Apesar de existirem muitas teorias sobre a timidez, ninguém sabe exatamente o que ela significa. Por outro lado, todos são unânimes em reconhecer sua força. Isto porque a timidez pode transformar toda a existência de uma pessoa. Enquanto ela evoluir ao longo de toda a vida, é capaz de estender seus "tentáculos" por todos os aspectos da vivência humana, desde os planos profissionais, reduzindo ou impossibilitando aspirações e desempenhos, até às questões pessoais e sociais, como dificuldades em relacionamentos afetivos (noivados, casamentos, criação de filhos) e o estabelecimento de elos de amizade e companherismo. A timidez costuma se transformar, ou melhor, intensificar-se à medida que amadurecemos e enfrentamos novos desafios.

No dia-a-dia, costumamos identificar a timidez pelo desconforto e pelas inibições que as pessoas apresentam e seus comportamentos, quando se encontram na presença de outras pessoas. As manifestações mais comuns e facilmente perceptíveis são: o silêncio, o retraimento físico, o rubor na face (vermelhidão no rosto), a gagueira na fala, o isolamento, a fuga e a sensação de ansiedade. Devemos entender como "inibição dp comportamento" a timidez que pode ser observada pelos outros como a quietude e o afastamento das pessoas e/ou de ambientes agitados ou estimulantes.

Em nossa prática clínica diária, pudemos observar que os tímidos ficam inibidos ou retraídos quando enfrentam o "novo", principalmente em situações sociais não-familiares. Eles costumam apresentar uma preocupação excessiva sobre os seus desempenhos sociais e também sobre a imagem que as pessoas desconhecidas terão de seus comportamentos. Para eles, situações sociais são eventos imprevisíveis e incontroláveis. Ousamos ir um pouco mais além: constatamos que as pessoas tímidas, em sua maioria, tendem a se prender a rígidas rotinas, previamente estabelecidas em cima do que já foi vivenciado e testado por elas. Por isso mesmo, os tímidos agem de forma relativamente constante, repetitivas, com o intuito de reduzir as novidades e as incertezas do cotidiano. Tal qual numa luta, criam uma tática de fuga ou evasão com o objetivo claro de se sentirem seguros. No entanto, essa mesma segurança acaba por limitar muito as possibilidades de experiências vitais, contribuindo para alimentar ainda mais a engrenagem da timidez. É aquela velha história de que tudo na vida tem seu lado positivo e seu lado negativo, até porque não existem ganhos sem perdas, e viver é o eterno desafio de equilibrar essa engrenagem, que já vem malhada antes mesmo de nascermos.

Ana Beatriz B. Silva
Gosto de compartilhar conhecimentos ... Quem sabe posso estar ajudando alguém? Tudo é possível? Transcreverei alguns capítulos deste livros ou outros que li e estudei. Procuro ler essas literaturas de ciências humanas ou filosofias, num lugar calmo, silencioso, sentada confortavelmente com lapizeira e borracha a mão. Grifo, anoto algumas coisas, comento os meus "achados e críticas" no próprio livro,  faço pesquisas sobre o tema e etc... Saboreio até a última gota de conhecimento quando leio. Sou assim!

Também sou uma pessoa que não tenho tolerância com pessoas que abusam do medo. São limitadas, enfadonhas, chataaaaas é tudo de ruim.

Quando encontro um homem com uma certa timidez, acho um charme. Pois, é ótimo conviver com pessoas reservadas. Mas com o passar do tempo se percebo que essa pessoa (tímida) continua com a sua rotina de evitar viver plenamente, aí já conheço ficar irritada com sua presença. É muito chato conviver com pessoas medrosas (= problemáticas + neuróticas + anti-sociais). Ah! Outra coisa que não suporto, aliás, DETESTO, são pessoas exibidas, barraqueiras, escandalosas que gostam de ser o centro das atenções.

DEUSOLIDE!!! DEUSMEPOPE!!!
Roberta Carrilho

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