quinta-feira, 28 de outubro de 2010

20 EXERCÍCIOS PARA A PAZ ÍNTIMA

Os romances do Espírito Scheilla são história bem construídas que prende sua atenção do início ao fim. Fica minha sugestão para quem gosta de romances espíritas. Entre eles:


- Um diário no tempo;                     - O brilho da verdade;
- Um motivo para viver;                  - O direito de ser feliz;
- Despertar para a vida;                  - O retorno;
- Lições que a vida oferece;            - Ponte das lembranças;
- Sem regras para amar;                 - Força para recomeçar;
- Corações sem destino.        


Roberta Carrilho

  1. Executar alegremente as próprias obrigações.
  2. Silenciar diante da ofensa.
  3. Esquecer o favor prestado.
  4. Exonerar os amigos de qualquer gentileza para conosco.
  5. Emudecer a nossa agressividade.
  6. Não condenar as opiniões que divergem da nossa
  7. Abolir qualquer pergunta maliciosa ou desnecessária.
  8. Repetir informações e ensinamentos sem qualquer azedume.
  9. Treinar a paciência constante.
  10. Ouvir fraternalmente as mágoas dos companheiros sem biografar nossas dores.
  11. Buscar sem afetação o meio de ser mais útil.
  12. Desculpar sem desculpar-se.
  13. Não dizer mal de ninguém.
  14. Buscar a melhor parte das pessoas que nos comungam a experiência.
  15. Alegrar-se com a alegria dos outros.
  16. Não aborrecer quem trabalha.
  17. Ajudar espontaneamente.
  18. Respeitar o serviço alheio.
  19. Reduzir os problemas particulares.
  20. Servir de boa mente quando a enfermidade nos fira.
O aprendiz da experiência terrena que quiser e puder aplicar-se, pelo menos, a alguns dos vinte exercícios aqui propostos, certamente receberá do Divino Mestre, em plena escola da vida, as mais distintas notas no curso da Caridade.

pelo Espírito Scheilla - Do livro: Ideal Espírita, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos

FRASE DE GANDHI


O que mais me impressiona nos fracos,
é que eles precisam humilhar os outros,
para se sentirem fortes.

(Gandhi)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O EXÍLIO - AS MARCAS DA ALMA (Marc Gafni)





O EXÍLIO


(...)"Se uma árvore cai na floresta e não há ninguém para ouvi-la, ela emite um som?" Vamos traduzir esta frase de outra maneira: "Se uma coisa aconteceu, e você não tinha ninguém com quem compartilhá-la, ela terá realmente acontecido?" Se formos incapazes de contar nossa história porque não temos com quem compartilhá-la, se formos deixados mudos por não haver quem nos escute - então, na linguagem dos místicos, estamos no exílio. A trama fundamental do mito bíblico gira em torno da tentativa de chegar à Terra Prometida. Na Cabala - a interpretação mística do mito bíblico - o exílio não está relacionado à saída de um lugar geográfico. O exílio envolve a perda do nosso lugar.

A solidão é uma forma de exílio. O significado de todas as nossas realizações, sucessos e conquistas perde força quando não conseguimos compartilhá-los com outra pessoa. Na verdade, esta noção encontra-se na essência do mito bíblico. A Bíblia possui uma visão única do que nos impele para a frente no mundo.

Vamos examinar por um momento o início do conto bíblico, a história da criação. Primeiro, é importante notar que a história não foi feita para ser interpretada literalmente. Ela não é um manual que ensina como criar um mundo. O objetivo sobre os dois capítulos sobre a criação é estabelecer as estruturas do significado básico do mundo. Estão implícitas na história da criação as idéias fundamentais da democracia, a noção de que a vida possui padrões cheios de significado, a condição sagrada da existência, o ser humano a imagem de Deus, a ecologia profunda, o progresso, e muito mais. No primeiro capítulo, um refrão se torna o mantra: "Deus viu que era bom". No final de cada estágio do desenvolvimento da criação, Deus dá os toques finais e inspeciona seu trabalho, sempre concluindo "Era bom". Deus viu a luz do dia, e foi bom, a reunião dos mares, e foi bom, a Terra brotando, e foi bom. Toda a criação se caracteriza por essa bondade abrangente. O bem é a meta da criação - o objetivo desejado na direção do qual todas as criaturas e toda a criação se direcionam.

No entanto, uma simples leitura do segundo capítulo reconhece que todo o bem da criação é desfeito em uma curta frase. De repente, todo universo exclama: "Não é bom". Nas exatas palavras do mito bíblico, Deus diz: "Não é bom que o ser humano esteja só".

Foram palavras que o poeta épico John Milton reformulou quando escreveu que estar sozinho é "a primeira coisa que o olhar de Deus definiu como não sendo bom". O texto que, no primeiro capítulo, ia num crescente, dia a dia, à medida que a criação surgia, com a exultante aprovação do "Era bom", cai no segundo capítulo para um depressivo "Não é bom". Esta é a primeira e única vez que a Bíblia em que as inequívocas palavras "Não é bom" descrevem um estado de espírito. 

O primeiro capítulo da história da criação desdobra uma elaborada mesa de bondade, com estrelas e esferas, peixes e frutos, e uma visão de magnificência. O capítulo dois friamente entra no banquete e vira a mesa, dizendo, em essência: "O mundo inteiro, todas essas obras são fundamentalmente inúteis, se o homem permanecer sozinho".

Com efeito, todo o bem do mundo não é o bem enquanto os seres humanos permanecerem separados uns dos outros. Aristóteles confirmou a intuição bíblica quando escreveu: "Ninguém escolheria uma existência sem amigos, mesmo se lhe fossem oferecidas todas as outras coisas do mundo". Se o objetivo da vida bíblica - o telos - é chegar ao bem, então o "não é bom" da solidão permanece como o grande desafio de toda vida. Superar a solidão e avançar em direção à conexão, ao amor, à união, não é meramente um exercício de realização ou gratificação pessoal. É a meta da existência. É o que buscam as marcas da nossa alma.

Se a vida fosse uma grande mansão, os cômodos poderiam estar repletos de obras refinadas, mas se outra pessoa não caminhasse sobre o chão atapetado, os aposentos ficariam essencialmente vazios, e o dono da casa, sozinho.

O impulso primordial que nos impele na consciência bíblica é o ímpeto de ir da solidão para o amor, da separação para a união, da dor da ruptura para o êxtase da conexão.

PRÁTICAS DAS MARCAS DA ALMA 

Relacione as sete coisas mais preciosas que você poderia ter no mundo. 

Qual é a primeira? E a segunda? 

Se a primeira coisa da lista for algo diferente de relacionamento ou conexão, pergunte-se por que você atribui tanto valor a essa coisa. É por ela em si, ou porque ela favorece seu relacionamento com as pessoas? 

Por exemplo, você quer uma casa grande pela casa em si, ou porque ela favorece sua reunião com a família e com os amigos? 
Se você colocou no alto da lista algo ligado - direta ou indiretamente - a alguma forma de relacionamento, pergunte-se por quê. 

Imagine-se recebendo notícias particularmente boas, imagine-se recebendo notícias especialmente más. 

Com quem você gostaria de compartilhar as notícias? 

Telefone agora para essas pessoas e diga-lhes simplesmente que as ama! Vamos lá, vença a resistência! Prometo que elas não vão pensar que você enlouqueceu. Pelo contrário, elas vão achar que você nunca esteve tão bem! 

LEVADO 

A palavra hebraica original para "sozinho" é levado. Quando Deus a usa na história da criação, ela pode ser interpretada com mais precisão como "solitário", e não como a solidão física. Basicamente, Deus está nos dizendo: "Não é bom para o ser humano ficar solitário". Enquanto o ser humano estiver solitário, todo o bem da criação não poderá satisfazê-lo. Enquanto o ser humano não tiver ninguém com quem compartilhar suas experiências, enquanto o ser humano se sentir alienado, separado e vazio, todos os bens objetivos do universo serão irrelevantes. Esta é a experiência da solidão - nos sentirmos separados, apartados, alienados e vazios.

O objetivo do universo é o Bem. Com efeito, uma leitura atenta do místico Isaac Luria que essa "bondade" é de fato a meta de Deus. Deus e o Bem são um só. "Experimente e veja que Deus é Bom", clama o epigrama do mito bíblico. Luria considera que a frase "Não é bom para o homem ficar sozinho" se refere não apenas ao ser humano, mas também a Deus, já que, para que o próprio Deus alcance o Bem, ele precisa sair do levado divino - a solidão de Deus - e criar um mundo com o qual se relacione.

O que tudo isso quer dizer é que Deus é a força no universo que cura e transforma a solidão. Deus é a força que nos diz que não precisamos ficar sozinhos para sempre. O universo é amigável! Deus sabe o nosso nome; ele anseia pela nossa alegria e se empenha ativamente para que a alcancemos.

Erguendo-se contra essa meta fundamental da vida está a sombra do Não Bem, uma forma sombria engendrada pela existência solitária do ser humano. Misticamente, a solidão humana é um reflexo da solidão divina. Quando estamos sozinhos, Deus está, de certo modo, mais sozinho. O Zohar, a grande obra da Cabala, afirma que somos menos divinos quando estamos sozinhos. Nossa força vital divina se reduz quando estamos desconectados. Estar desconectados significa estar desligado do manancial de vida do universo. Um grande número de estudos confirma este fato de uma maneira extremamente poderosa e concreta.

Citando apenas uma entre muitas fontes, o pesquisador Skeels realizou uma pesquisa com vinte e quatro crianças de um orfanato. Doze crianças saíam todos os dias e ficavam entregues aos cuidados e ao amor de meninas portadoras de deficiência mental, em uma instituição próxima. As outras não receberam este tratamento. No final de um período de vinte anos, Skeels descobriu que as doze crianças que permaneciam no orfanato estavam mortas ou internadas em instituições para retardados mentais. As crianças que haviam recebido amor e atenção tornaram-se auto-suficientes, a maioria estava casada e quase todas tinham atingido um grau significativo de instrução. Nossa! Sabemos também que a criança que recebe cuidados regulares, mas é desprovida do contato humano, freqüentemente morre.

O impulso fundamental do ser humano é ir além do "Não Bem" da solidão para o "Bem" da conexão. Para que os seres humanos se beneficiem e participem de todo o bem da criação descrito no primeiro capítulo do Gênesis, para que possam viver plenamente, precisamos ir além da solidão e alcançar a conexão, o amor e a união. As marcas da alma se realizam completamente quando imprimem sua essência, deixando sua impressão única na vida.

AS DÁDIVAS DA SOLIDÃO

Antes de avançar em direção à essência das marcas da alma, precisamos, contudo, lembrar que a solidão não é uma condição humana deplorável. Em vez disso, levado encerra para nós um grande valor enraizador. A experiência da solidão é, até onde sabemos, exclusivamente humana. O romancista Thomas Wolfe chama a solidão de "a experiência fundamental e inevitável de todo ser humano". A solidão é uma experiência que deve ser transcendida, mas nunca omitida.

Perdemos de vista a verdade da nossa solidão elementar porque cobrimos o isolamento do nosso ser com a ilusão do ter. Na cultura moderna, ser está muito freqüentemente associado a possuir. Nós nos tornamos compradores e acumuladores, procurando identidade com o consumo, tentando abafar nossa solidão com coisas. Gandhi disse: "Existe o bastante neste mundo para a necessidade de todos, mas não o suficiente para a ganância de todos". Às vezes eu me pergunto se nós, ocidentais, não seríamos mais bem descritos como "possuidores humanos" em vez de seres humanos. Possuir se torna uma maneira de evitar ser. Além disso, usamos o possuir para legitimar nosso ser, nosso mérito e valor pessoal. Freqüentemente acreditamos que ser significa ter sucesso. Um dos sinais mais importantes do sucesso é o status social, que é amplamente determinado pela admiração que recebemos e o poder que exercemos. Mas o status não nos impede de nos sentirmos solitários e de estarmos desconectados.

PRÁTICAS DAS MARCAS DA ALMA

Quando se trata de coisas que você quer ou precisa, estas frases lhe parecem familiares? 
Serei feliz quando me formar. 
Se ao menos eu tivesse mais tempo... 
Se ao menos eu tivesse um emprego de que gostasse... 
Se eu tivesse um relacionamento mais profundo... 

Se for este o caso, transforme o verbo "ter" em "ser": 
Eu posso ser mais esforçado. 
Eu posso ser mais produtivo. 
Eu posso ser mais criativo. 
Eu posso ser mais amoroso. 
Eu posso ser mais atencioso. 
Eu posso ser mais paciente. 
Eu posso ser mais equilibrado. 

As frases com "ter" estão voltadas para o mundo exterior, para circunstâncias externas a você, enquanto as frases com "ser" atuam a partir do seu interior. Elas indicam o caminho para o trabalho que você pode fazer em si mesmo para ser mais. No final das contas, quando você puder ser mais, você terá mais.

Tememos que admitir nossa solidão seria debilitar nossa sensação de sucesso e status. Imagina-se que o sucesso elimina a vulnerabilidade, e que a solidão é a suprema vulnerabilidade. Nossa associação inconsciente é a seguinte: "Se somos bons, temos que ter sucesso, e se somos bem-sucedidos, certamente não seremos solitários". É mais fácil admitir fracassos financeiros, sexuais e éticos do que a verdade nua e crua da nossa solidão. Não ter nada para fazer e ninguém com quem estar num sábado à noite parece pesadelo. A solidão é encarada como uma grande maldição, uma noção que tem o apoio ostensivo da proclamação bíblica: "Não é bom para o ser humano ficar sozinho".

Os cabalistas interpretam o mito bíblico sobre a solidão de uma maneira muito diferente. Sem dúvida, as metas supremas da vida são o amor e a união. No entanto, só conseguimos alcançar estes objetivos se primeiro abraçarmos nossa solidão. A solidão, afirma Hyim de Voloshin, escritor místico do início do século XIX, não é uma expressão da degradação humana. Ao contrário, ela é uma manifestação da grandeza humana.

A solidão nos lembra uma grande verdade: "Você é especial, excepcional e insubstituível", proclama o universo. Não existe absolutamente ninguém como você na face da Terra. Este é o ponto inicial de qualquer relacionamento. A solidão é o traço comum da humanidade. Ela se transforma em um grandioso destino através da decisão autônoma do ser humano de deixar a solidão e avançar em direção ao amor.

A capacidade de penetrar a solidão e transcendê-la é o ousado convite e o desafio da consciência bíblica. Não é bom para nós estarmos sozinhos, mas é preciso primeiro entrar em contato com nossas marcas singulares da alma, para então avançar em direção ao bem, transcender nossa solidão e estabelecer a conexão, o amor e a união.

FIGURAS DE SOLIDÃO

Precisamos ir além da solidão, mas como?

O primeiro passo é tomar corajosamente consciência de que estamos solitários. Raramente você ouve as pessoas admitirem a profunda solidão que sentem. É como se a solidão encerrasse algo repugnante.

Compareci certa vez a um evento de caridade de fim de semana. Tratava-se de uma reunião da nata de jovens profissionais liberais. Quando lhes perguntei o que motivava seu comparecimento a um evento de caridade, compreendi o verdadeiro motivo de sua presença. Eles e elas estavam em busca de companhia, de conhecerem pessoas, de encontrarem possíveis parceiros.

Não estou querendo dizer que não estivessem interesses filantrópicos. Mas a maior preocupação deles, embora oculta ou até mesmo negada, residia na solidão em que se encontravam. Quando compreendi a dinâmica interior do evento, fiquei incrivelmente triste. Porque, embora haja uma ânsia por reunião, são pouquíssimas as pessoas que admitem o profundo desejo da alma de "se entrosar". Muitos de nós somos viciados nas pílulas de negação que se chamam Prozac ou Rivotril. Somos viciados em trabalho, consumo, sexo, diversão ou religião. Fazemos qualquer coisa para não tomar conhecimento da ausência de conexão humana que sentimos. Mas não podemos começar nossa cura enquanto não transcendermos a negação, identificando a doença que sentimos e chamando-a pelo nome.

Tomar consciência das marcas da alma cria uma percepção e um vocabulário que nos leva em direção à cura dessa dor. O primeiro ato do ser humano no Gênesis é dar nome às criaturas do seu mundo. Nós também precisamos dar nome às criaturas do nosso mundo interior. Magicamente, através do simples ato de dar nome, somos capazes de dispersar parte da escuridão que negamos e avançar em direção à luz. Jung declarou: "Não nos tornamos iluminados imaginando figuras de luz, e sim tomando consciência da escuridão". É indispensável identificar a solidão na irritante sensação de preocupação, tristeza e ansiedade, para que possamos transcendê-la. Precisamos fazer uma pausa para descrever - iluminar - algumas das formas mais comuns de solidão da nossa época.

A primeira figura de solidão é aquela que encontramos nas festas, shows, apresentações e em outros tipos de reuniões sociais. Todos sabemos que podemos estar em uma festa com dezenas de pessoas, dizer olá, conversar com quase todos os presentes, e mesmo assim nos sentirmos profundamente solitários. O sentimento de solidão numa festa ou num show pode ser até mais agudo do que se tivéssemos ficado em casa. O fato de nos sentirmos solitários não depende em geral de estarmos sozinhos ou acompanhados. Nietzche escreveu o seguinte: "Na solidão, o homem solitário é consumido por si mesmo; na multidão, pelos outros". Provavelmente todos nós já passamos pela experiência de andar de um lado para o outro em uma sala cheia, procurando dar a impressão de que fazemos parte do grupo e que estamos nos divertindo a valer. Não é uma sensação agradável. Ela provém do fato de estarmos tão desconectados das nossas marcas da alma que o contato social parece ser a única saída.

A segunda figura de solidão é a pessoa sozinha que anseia desesperadamente, em segredo, pela intimidade emocional. Conheço muitas pessoas assim, e durante sete anos, até relativamente pouco tempo, fui uma delas. Muitas pessoas solitárias vão dormir sozinhas hoje à noite, incapazes de usufruir o conforto de um corpo amigo. A dor intensa que senti depois e me divorciei, quando chegava em casa, noite após noite, e encontrava uma cama vazia, é quase indescritível.

Para algumas pessoas, uma vida que abraça a solidão pode ser produtiva e estimulante. A pessoa que está sozinha não é necessariamente solitária. Viver sozinho e não ser solitário pode significar que você fez amizade com você mesmo, o que é uma fantástica conquista espiritual. É maravilhoso quando a auto-afirmação e a autolegitimação satisfazem nossa necessidade de afirmação! No entanto, a ausência do sentimento de solidão em pessoas que vivem sozinhas também pode ser proveniente de algo totalmente diferente, ou seja, do fato de estarem desligadas delas mesmas e, por conseguinte, da falta de consciência da solidão existente dentro delas.

A grande maioria das pessoas sozinhas de todas as idades sente profundamente a solidão. A modernidade praticamente institucionalizou a solidão, promovendo uma nova família de seres psicológicos e sociológicos. Eles são chamados de "solteiros" - pessoa que ainda não encontraram alguém com quem compartilhar sua singularidade. Quer nunca tenham se casado ou sejam divorciados, eles formam um grupo de pessoas que sentem uma dor permanente.

Essas pessoas, em geral, não admitem a própria solidão. Em decorrência disso, quase não existem iniciativas comunitárias que criem oportunidades para que as pessoas solteiras se encontrem. Aos vinte e poucos anos, os jovens adultos são lançados no mundo para exercerem suas aptidões e ganharem dinheiro. Nós lhes dizemos então: "Encontrem um parceiro(a)". É insuportável para a comunidade admitir que seus filhos estão solitários.

A terceira figura de solidão é a pessoa casada solteira. Trata-se de uma pessoa casada há cerca de vinte anos, que compartilha a sala de estar, o banheiro e a cama com um parceiro(a), mas mesmo assim se sente desesperadamente sozinha. Talvez ainda pior do que estar solitária e sozinha seja estar solitária ao lado e nos braços de outra pessoa.

Finalmente, temos aquela que talvez seja a mais terrível solidão: a de nos sentirmos irrelevantes, substituíveis e insignificantes. A quarta figura de solidão é o homem ou mulher "insignificante". A romancista George Eliot capta bem estes sentimentos quando nos convida a imaginar que fazemos uma pedra ricochetear em um lago. Ela forma pequenas ondulações, às vezes até elegantes e belas; talvez ela ricocheteie várias vezes, criando uma série de ondulações. Mas, no final, ela está destinada a parar de ricochetear, a afundar e desaparecer, como se nunca estivesse existido.

Quase todos já experimentamos uma ou mais dessas quatro figuras na nossa vida. O primeiro estágio do processo de deixar para trás a solidão envolve não negar essas figuras e enfrentar suas sombras sorrateiras.

PRÁTICAS DAS MARCAS DA ALMA

Relacione quatro figuras de solidão que você tenha encontrado recentemente na sua vida.

Pense em maneiras pelas quais você poderia "trazê-las à tona".

Por exemplo: sua vizinha, a senhora idosa que mora sozinha.

Procure as marcas da alma dela, faça perguntas a respeito da vida dela.

Ou então, se o que você ler neste livro (ou em qualquer outro) iluminar você de alguma maneira, comprometa-se a compartilhar uma ideia com uma das suas figuras de solidão.

Marc Gafni




Em 23/08/07 eu morava em Belo Horizonte e estava me sentindo sozinha, perdida na cidade grande, cidade fria e indiferente a minha existência. Resolvi sair para comprar um livro. Entre muitos um me chamou a atenção. "As marcas da alma" - Descobrindo sua identidade espiritual' do autor Marc Gafni. Comecei a folheá-lo lendo uma página aqui outra acolá, e parei numa que eu transcrevo abaixo. Senti um toque na alma preenchendo aquele vazio do coração. Esta é a magia de se ler um bom livro.  

Depois de lê-lo resolvi em menos de 01 mês voltar para casa, ou seja, sair do meu exílio, voltar para o meu lugar, aonde estavam minhas raízes, meus amigos, meus amores perdidos. Percebi que "Não é bom estar sozinha" ... e não era mesmo!!! Não gosto de me sentir sozinha, não combina com minha essência. Ficar em Belo Horizonte naquela época para mim era me imputar um sofrimento desnecessário. 

Abrindo um parêntese: (Recordei agora que quando estava internada no Hospital André Luiz - BH, meu pai foi me visitar e me presenteou com o Livro da Zíbia Gaspareto. "Ninguém é de ninguém" e fez uma dedicatória com os seguintes dizeres, mais ou menos assim: "Filha, ninguém é uma ilha, não nascemos para viver só. Abre o seu coração para a vida. Recomece aonde parou, lembre-se que ninguém é de ninguém e esquece seus sofrimentos. Dê uma nova oportunidade para conhecer outra pessoa, você nasceu para ser feliz". 

Naquela época (final de 2002) eu estava muito doente, com depressão pós-parto aguda e sentia falta das minhas filhas e do pai de uma delas. Estava tendo muitas dificuldades em aceitar o término da minha relação amorosa ou da família idealizada por mim. A separação significava muita dor nessa época. Era a morte dos meus ideais e dos vários sonhos acalentados de constituir a minha própria família). 

Roberta Carrilho 

terça-feira, 26 de outubro de 2010

TRANSTORNO DE HUMOR - VÍDEO 1


Quem conhece não tem medo...

Quem ama, estuda!!
Quem estuda, aprende!!
Quem aprende, cuida!!
Quem cuida, ama!!
Com o amor se abre e fecha o ciclo.
Só através do amor podemos construir nossa felicidade!
Roberta Carrilho


RELACIONAMENTO AMOROSO BIPOLAR - Will Brasil (BIPOLAR BRASIL)


Foto by MiuMiu



JUST LOVE YOU ... ONLY YOU 
(simplesmente te amo ... só você!) 



SEU AMADO, SUA AMADA...

Quando um bipolar recebe o diagnóstico de transtorno bipolar do humor pode apostar que não é nada agradável (mesmo que para alguns isso represente certo alívio de finalmente saber do que se trata certos padrões de comportamentos que antes não sabia se tratar...). Para quem está num relacionamento com este "recém" bipolar diagnosticado pode parecer também algo "estranho" e dar um certo medo, afinal, meu parceiro (a), tem agora uma doença mental decretada certo?

É! É isso mesmo! A partir de agora seu amado (a), tem uma doença decretada para a vida inteira. Muito embora tal doença tem tratamento e quando realizado, oferece certos benefícios que trazem relativa qualidade de vida para o casal.

Bem, com o diagnóstico na mão...

Com certeza você não bipolar certamente vai conversar com seu parceiro bipolar sobre o "recém" diagnóstico, certo? E nessa conversa, temos de ter alguns CUIDADOS. Alguns cuidados com coisas que podem ser cruciais para um "ponto de partida" razoavelmente bom para ambos, principalmente para o bipolar que já neste ponto, está com a cabeça com mil dúvidas etc.

Algumas coisas que uma pessoa NÃO BIPOLAR deveria evitar de dizer ao BIPOLAR...

1. Você está louco! "ou" Você está louco? (Não faça julgamentos e nem questionamentos com rótulos neste momento. Agora é hora de buscar conhecer mais sobre a doença, e buscar descobri quais são as maneiras de tratar dela de um maneira objetiva e eficaz).

2. Ah... você vai ver... isso você tira de letra! (Pode ser mesmo que se "tire de letra", e, que todo mundo "tem momentos" ruins na vida. Mas, isso pode soar para o bipolar como se "você" estivesse dando "pouca" notoriedade a "gravidade" da problemática que ele acabou de receber com o diagnóstico. Óbvio que eu entendo que você falaria isso com a melhor das intenções e com objetivo de "passar otimismo" etc... Mas neste momento talvez, compreender que a doença é de fato "grave", um fardo pesado, MAS, que juntos, vão buscar conhecer tudo que puderem sobre ela e vencerem, seja um caminho mais interessante e real.

3. Ih... Eu tenho amigos que são bipolares também, isso não é nada. (Isso é a pior coisa a se dizer. Principalmente, sem conhecer bem a doença. Isso porque ao passar dos meses você e seu amado (a) irão perceber que a doença não é tão simples assim, que demanda medicamentos, terapias, que crises ocorrem diversas vezes... que o desgaste emocional é tão grande que até mesmo o relacionamento continuar imune, é raridade!). 

4. Qual é o seu problema mesmo? "ou" Qual é o seu problema? (Isso soa com um pouco de descaso, ao invés de interesse... Para se mostrar interessado (a) com a doença, busque estudar o transtorno bipolar do humor em sites da internet (aqui no Bipolar Brasil tem um monte de artigos, por exemplo que você deveria ler e discutir com seu amado (a) e então servir de ponto de partida para questionamentos etc).

5. Eu não posso te ajudar, afinal a doença é sua. (Isso é o pior que um bipolar pode ouvir depois de receber um diagnóstico, ou até mesmo os bipolares mais antigos. É óbvio que você pode ajudar. E deveria se você se interessa pelo seu amado (a). É certo que a doença é do portador, mas é perfeitamente possível ajudar o paciente quando nos habilitamos "conhecendo" mais sobre a doença, e se possível participando do tratamento, seja indo a terapias de grupo, monitorando o tratamento, controlando as medicações, verificando sinais de crises etc etc. Você é inclusive muito importante para o bipolar.

Se interessar pelo relacionamento amoroso bipolar e escolher as palavras é muito importante!

E se eu fosse listar algumas coisas que você NÃO BIPOLAR poderia dizer ao BIPOLAR o que seria...

1. Isto é uma doença e definitivamente você não tem culpa disso (Você pode até utilizar uma analogia que eu gosto muito: diabéticos tipo 1 escolhem essa condição?) 

2. Eu estou aqui com você e vamos tratar dessa doença juntos! (Um bipolar que ouve isso multiplica por 100 as chances de sucesso no tratamento. Isso dá coragem para o bipolar saber que mesmo que as tarefas sejam difíceis - até porque são mesmo - ele está amparado no seu conforto e amor). 

3. Você e sua vida são importantes para mim. (Esse ponto é importante você reforçar sempre que possível. Não se esqueça que o bipolar é um sujeito que vive oscilações de humor, e como tal vivenciará momentos de depressão por vezes "severas", ouvir que ele (a) é importante para você, é fundamental num momento por exemplo de ideações suicidas etc. 

4. Você não está sozinho. (Igualmente ao argumento anterior). 

5. Eu não posso saber como você se sente, mas estou aqui para apoiá-lo. (Isso é importante, porque não precisamos saber o que o outro está sentindo, mas dispostos a estar por perto quando o outro precisa. E certamente isso vale para o bipolar também. O bipolar tem momento de estabilidade, e, deve sustentar o não bipolar nesse sentido também. Alias, em todos os pontos que estamos discutindo até aqui. 

6. Sua doença não define quem você é. Você ainda é você, com esperanças e sonhos que você pode alcançar! (Fale isso para o bipolar, pois ele (a) se esquece disso com muita facilidade, e eu acho o ponto mais importante de todo processo de tratamento. Não deixe que o bipolar deixe a "peteca" cair. Não é a doença que define quem o "bipolar" é! E lembre-se você que não é bipolar, por quem você se APAIXONOU. Sempre lembre-se disso! Você se apaixonou por alguém, e não por uma doença, compreende? 

Com isso encerro o artigo de hoje, na certeza de deixar algo para reflexão, nada mais que isso. Eu queria ter algum tempo "extra" para escrever mais sobre "relacionamentos" entre bipolares e não bipolares... Mas está difícil. Em tempo eu escrevo mais, combinado? Deixe nos comentários sugestões de temas, que eu escrevo, ok? 

Juntos, podemos muito mais! 
Will





O BIPOLAR BRASIL VOLTOU .... PARA TODAS PESSOAS QUE SÃO BIPOLARES OU NÃO E PRECISAM DE AJUDA


COMUNICADO IMPORTANTE!!!!



Amigos e amigas do blog quero comunicar com muita satisfação que o Will Brasil do BIPOLAR BRASIL voltou para a nossa alegria. Ele agora está em duas plataformas diferentes Facebook e Google + segue abaixo os links


Facebook BIPOLAR BRASIL

Google+ BIPOLAR BRASIL 

Hoje é um dia muito especial para todas as pessoas carentes de informações, aconchego, orientações, seja bipolar ou que lida com bipolares. Sim! O Will Brasil é o melhor amigo bipolar que se possa ter e graças a Deus ele resolveu voltar para todos nós com seus textos bacanas e instrutivos.


Abraços fraternos,
Roberta Carrilho


RASCUNHOS - I

Foto by Alisa A.
Ontem recebi os livros da escritora Márcia Tiburi que tanto esperava. Ah! também chegaram "Inteligência Emocional" do Daniel Goleman (recentemente fiz um curso sobre inteligência emocional e gostei. É importante buscar na literatura mais informações sobre o tema) e também outros jurídicos. Comecei a ler este penúltimo.

Infelizmente o dia só têm 24 horas... Gostaria de ter mais tempo para dedicar alguns dos muitos prazeres que tenho, entre eles: ler um bom livro, assistir um filme romântico, cozinhar, tomar vinho com os amigos e pedalar de manhãzinha. Mas o tempo que tenho é dedicado aos estudos jurídicos, pois, no momento tenho este objetivo definido: vou ser uma analista de algum Tribunal Federal ou Ministério Público da União

Segue um pequeno trecho das poucas páginas que li ontem:
"... Tive que esperar que a pesquisa científica ficasse suficientemente completa para escrever este livro. Essas observações vêm com um certo atraso, em grande parte porque o lugar dos sentimentos na vida mental foi, ao longo dos anos, surpreendentemente desprezado pela pesquisa, fazendo das emoções um continente pouco explorado pela psicologia científica. Essa lacuna propiciou uma enxurrada de livros de auto-ajuda, conselhos bem-intencionados baseados, na melhor das hipóteses, em opiniões clínicas, mas com pouca ou nenhuma base científica. Agora a ciência pode finalmente abordar com autoridade essas questões urgentes e desorientadoras da psique, no que ela tem de mais irracional, para mapear com alguma precisão o coração humano.
Esse mapeamento lança um desafio àqueles que são adeptos de uma visão estreita da inteligência, e que por isto entendem que o QI é um dado genético impossível de ser alterado pela experiência de vida, e que nosso destino é, em grande parte, determinado pela aptidão intelectual recebida geneticamente. Esse argumento não considera a questão mais desafiante: o que podemos mudar para ajudar nossos filhos a se sentirem melhor? Que fatores entram em jogo, por exemplo, quando pessoas de alto QI malogram e aquelas com um QI modesto se saem surpreendentemente bem? Eu diria que o que faz a diferença são aptidões aqui chamadas de inteligência emocional, as quais incluem autocontrole, zelo e persistência, e a capacidade de automotivação. E essas aptidões, como vamos ver, podem ser ensinadas às crianças, na medida em que lhes proporcionam a oportunidade de lançar mão de qualquer que seja o potencial intelectual que lhes tenha sido legado pela loteria genética.
Além dessa possibilidade, estamos diante de um presente imperativo moral. Vivemos um momento em que o tecido social parece esgarçar-se com uma rapidez cada vez maior, em que o egoísmo, a violência e a mesquinhez de espírito parecem estar fazendo apodrecer a bondade de nossas relações com o outro. Aqui, o argumento a favor da importância da inteligência emocional depende da ligação entre sentimento, caráter e instintos morais. Há crescentes indícios de que posturas éticas fundamentais na vida vêm de aptidões emocionais subjacentes. Por exemplo, o impulso é o veículo da emoção; a semente de todo impulso é um sentimento explodindo para expressar-se em ação. Os que estão à mercê dos impulsos  - os que não têm autocontrole  - sofrem de uma deficiência moral. A capacidade de controlar os impulsos é a base da força de vontade e do caráter. Da mesma forma, a raiz do altruísmo está na empatia, a capacidade de identificar as emoções nos outros; sem a noção do que o outro necessita ou de seu desespero, o envolvimento é impossível. E se há duas posições morais que nossos tempos exigem são precisamente estas: autocontrole e piedade".

Para se ter uma vida tranqüila e plena, podemos dizer que quase tudo está baseado no autocontrole,  respeito e amor. Em tudo e com todos. Pelo pouco que li e sei, o nosso cérebro pode ser desenvolvido para algumas aptidões, ou seja, levar a inteligência à emoção (levar a cognição para o campo do sentimento).  

É fundamental termos consciência de como somos e se não estivermos satisfeitos com o resultado, exercitar o nosso querer-pensar-analisar-mudar. Depois de tudo isso, buscar o aperfeiçoamento do ser como um todo. Temos o direito de ser feliz!! Então por que esperar? Por que retardar a felicidade? A vida é luta! Não estamos aqui (vivos) só para comer doce.

... falando em doce...  é a minha perdição!!!  rsrsrs

A cada dia aprendo mais, seja através de boas leituras ou cursos, mas principalmente observando a vida e as pessoas. Estou ou sou igual ao um poço sem fundo; quero aprender mais e mais. Isto não é defeito é uma qualidade de pessoas criativas e ativas como eu. A vida ao meu lado nunca fica monótona.

Roberta Carrilho

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

FRASE INTERESSANTE - ALBERT EINSTEIN

Foto by Cacciatrice di anime / Valeria Zanini

Se um dia você tiver de escolher entre o mundo e o amor, 
lembre-se: se escolher o mundo, ficará sem o amor; 
mas se escolher o amor, com ele conquistará o mundo
Albert Einstein

PENSAMENTOS MEUS ... (coletânea íntima)


Foto by Sam Samantha

Quem não perdoa a si mesmo ou ao outro não consegue amar e ser amado.

A união entre duas pessoas se firma dia a dia através da compreensão, do carinho e do cuidado que cada uma deve ter um com o outro para não machucar o coração com palavras e atos que dificilmente irão esquecer, pois, as pessoas jamais esquecem a maneira como são tratadas.

Devemos trabalhar como se não precisássemos do dinheiro, amar como se nunca tivéssemos sido magoados, dançar como se ninguém estivesse nos observando... O maior risco da vida é não fazer nada!

Para se ter algo que nunca se teve é preciso fazer algo que nunca se fez!

O amor transforma o homem.

Quem engana não respeita, e muito menos ama.

Nenhuma dor é a origem, mas sim conseqüência de atos levianos e enganosos que em algum momento fizeram parte de nossas vidas.

Nenhum de nós é inocente. Trazemos no nosso currículo espiritual muitos erros cometidos no passado. 

Julgamos não merecer nenhum sofrimento, todavia, não sabemos o que fizemos para atrair para nós a dor. Em algum lugar há de estar a ação que gerou a reação a dor.


Roberta Carrilho

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

ESQUEÇA - Marisa Monte

Esta música é o toque do meu celular...
Marisa Monte,  para mim é uma cantora completa.
Roberta Carrilho




"Toda vez que saio me preparo pra talvez te ver, na verdade eu preciso esquecer. Não é fácil não pensar em você..."
Amo Marisa Monte


Bem que se quis
depois de tudo ainda ser feliz
mas já não há caminhos pra voltar.
E o que é que a vida fez da nossa vida?
O que é que a gente não faz por amor?
Mas tanto faz,
já me esqueci de te esquecer porque
o teu desejo é o meu melhor prazer
e o meu destino é querer sempre mais,
a minha estrada corre pro seu mar
Agora vem pra perto vem
vem depressa vem sem fim, dentro de mim
que eu quero sentir
o teu corpo pesando sobre o meu,
vem meu amor vem pra mim,
me abraça devagar,
me beija e me faz esquecer
Bem que se quis.
Bem que se quis
depois de tudo ainda ser feliz
mas já não há caminhos pra voltar.
E o que é que a vida fez da nossa vida?
O que é que a gente não faz por amor?
Mas tanto faz,
já me esqueci de te esquecer porque
o teu desejo é o meu melhor prazer
e o meu destino é querer sempre mais,
a minha estrada corre pro seu mar
Agora vem pra perto vem
vem depressa vem sem fim, dentro de mim
que eu quero sentir
o teu corpo pesando sobre o meu,
vem meu amor vem pra mim,
me abraça devagar,
me beija e me faz esquecer...
Bem que se quis...



STUCK IN A MOMENT YOU CAN'T GET OUT OF ACOUSTIC LIVE - U2

U2 U2 U2 
Amoooo!!!
...
Roberta Carrilho


I'm not afraid of anything in this world
There's nothing you can throw at me that I haven't already heard
I'm just trying to find a decent melody
A song that I can sing in my own company

I never thought you were a fool
But darling look at you (ohhh)
You've got stand up straight carry your own weight
This tears are going nowhere baby

You've got to get yourself together
You've got stuck in a moment and now you can't get out of it
Don't say that later will be better now you're stuck in a moment and you can't get out of it

I will not forsake, the colours that you bring
But the nights you filled with fireworks
They left you with nothing
I am still enchanted by the light you've brought to me
I listen through your ears, and through your eyes I can see

And you are such a fool
To worry like you do (ohhh)
I know it's tough, and you can never get enough
Of what you don't really need now... my oh my

You've got to get yourself together
You've got stuck in a moment and you can't get out of it
Oh love look at you now
You've got yourself stuck in a moment and you can't get out of it

I was unconscious, half asleep
The water is warm till you discover how deep...
I wasn't jumping... for me it was a fall
It's a long way down to nothing at all

You've got to get yourself together
You've got stuck in a moment and you can't get out of it
Don't say that later will be better now
You're stuck in a moment and you can't get out of it

And if the night runs over
And if the day won't last
And if our way should falter
Along the stony pass

And if the night runs over
And if the day won't last
And if your way should falter
Along the stony pass
It's just a moment
This time will pass


TRADUÇÃO:
PARALISADA NUM MOMENTO QUE VOCÊ NÃO CONSEGUE SAIR

Eu não tenho medo
De nada nesse mundo
Não há nada que você possa me jogar na cara
Que eu já não tenho ouvido

Eu apenas tento encontrar
Uma melodia decente
Uma canção que eu possa cantar
Comigo mesmo

Eu nunca pensei que você fosse tola
Mas querida olhe para você
Você precisa se levantar direito
Carregar sua cruz
Essas lágrimas não vão te levar a nada baby

Você precisa dar a volta por cima
Você paralisou num momento
E agora não consegue sair disso

Não diga que depois ficará melhor
Agora você está paralisada num momento
E não consegue sair disso

Eu não abandonarei
As cores que você traz
As noites que você preenche
Com fogos de artifício
Eles te deixam sem nada

Eu ainda estou encantado
Com a luz que você me trouxe
Eu escutei pelos seus ouvidos
Através de seus olhos eu posso ver

E você é uma tola
Por se preocupar como você faz
Eu sei que é difícil
E nunca é suficiente
O que você não precisa agora
Minha, oh minha

Você precisa dar a volta por cima
Você paralisou num momento
E agora não consegue sair disso

Oh amor, olhe para você
Você se paralisou num momento
E não consegue sair disso

Eu estava inconsciente, meio adormecido
A água é morna
Até que você descubra o quanto é fundo

Eu não estava pulando
Para mim era uma queda
É um longo caminho para o nada absoluto

Você precisa dar a volta por cima
Você paralisou num momento
E agora não consegue sair disso

Não diga que depois ficará melhor
Agora você está paralisada num momento
E não consegue sair disso

E se a noite terminar
E se o dia não durar
E se nosso caminho estremecesse
Ao longo de uma passagem de pedras

E se a noite terminar
E se o dia não durar
E se nosso caminho estremecesse
Ao longo de uma passagem de pedras

É só um momento
Esse momento passará

MY IMMORTAL - EVANESCENCE

Gosto muito desta música!!!!
Ultimamente tenho andado; não sei explicar em palavras o que estou sentindo.
É uma sensação vazia, faltando alguma coisa ou alguém. Quero entender mais não consigo.
É uma mistura de sentimentos contraditórios, doídos ...
... não gosto desse sentir.
Roberta Carrilho



I'm so tired of being here
Suppressed by all of my childish fears
And if you have to leave
I wish that you would just leave
Your presence still lingers here
And it won't leave me alone

These wounds won't seem to heal
This pain is just too real
There's just too much that time cannot erase

When you cried I'd wipe away all of your tears
When you'd scream i'd fight away all of your fears
And I've held your hand through all of these years
But you still have all of me

You used to captivate me
By your resonating light
But now i'm bound by the life you left behind
Your face it haunts my once pleasant dreams
Your voice it chased away all the sanity in me

These wounds won't seem to heal
This pain is just too real
There's just too much that time cannot erase

When you cried I'd wipe away all of your tears
When you'd scream I'd fight away all of your fears
And I've held your hand through all of these years
But you still have all of me

I've tried so hard to tell myself that you're gone
But though you're still with me
I've been alone all along

When you cried I'd wipe away all of your tears
When you'd scream I'd fight away all of your fears
And I've held your hand through all of these years
But you still have all of me

FOTOS - Victor & Leo

Victor e Leo é uma das duplas sertanejas que mais gosto.
Adoro suas canções!
As letras são poesias! Os acordes dos violões são de uma perfeição ímpar.
É difícil não gostar.
Roberta Carrilho

Joguei fora fotos de nós dois
Reviver você não me faz bem
Nem vai me trazer o que já foi
Você mudou muito e eu também

Finjo que o tempo não passou
Busquei em outros olhos ver você
Fotos do que foi o nosso amor
Não revelam outra pessoa pra ser

REFRÃO
Uma vida pra tirar você da minha
Só seus flash's disparam meu coração
Já rasguei as fotos mas em pensamento
Guardo cópias do seu beijo e solidão

Uma vida pra tirar você da minha
Só seus flash's disparam meu coração
Já rasguei as fotos mas em pensamento
Guardo cópias do seu beijo e solidão

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

RELAÇÕES ESTÉTICAS - Márcia Tiburi

Márcia Tiburi

O que esperamos quando vamos ao cinema? Que o filme seja bom, nos divirta, nos ensine, nos comova. Esperamos uma experiência estética, ou seja, um conjunto de sensações com significado. Queremos sentir, mas não basta, queremos também entender. O prazer com um filme é algo que surge desta combinação entre sensibilidade e entendimento. Sem este último não existe prazer. Após a projeção do filme usamos o veredicto espontâneo “gostei” ou “não gostei” para definir se o filme é bom ou não. Se vimos o filme acompanhados pode até surgir alguma discussão em torno das razões e emoções de tais juízos, mas em geral cada um se apega ao próprio prazer sentido para justificar seu julgamento. É claro que julgamentos, sejam de críticos ou de pessoas em geral não fazem de um filme melhor ou pior. Mas precisamos disso na tentativa de entender o que vimos. Mas a experiência estética é ainda mais que isso.

Além do julgamento que advém do prazer ou desprazer, a experiência estética é também o efeito que uma obra produz em nós. A diferença desta forma de experiência estética com as demais é que nos tornamos, por meio delas, mais atentos e sensíveis, ou mais desatentos e fechados ao mundo que habitamos. Olhando bem, a experiência estética faz parte de todos os aspectos da nossa vida.

É curioso como este nosso desejo de julgamento se aplica também às relações que temos com seres humanos. Raramente alguém deseja uma experiência que não seja prazerosa com uma pessoa, seja amigo, seja colega, seja um amor. Não temos relações éticas com as pessoas porque nos apegamos, sobretudo, a percepções estéticas. Queremos ser convencidos a todo momento de que aquela pessoa com quem vivemos ou partilhamos momentos é alguém que nos agrada. Deste saber bastante banal é que as pessoas tiraram a idéia de que é preciso agradar para serem queridas e desejadas. Se sentimos prazer com alguém somos imediatamente convencidos de seu significado, de sua importância. Assim também queremos ser vistos. O bom arranjo entre forma e conteúdo, entre aparência física e discurso, nos faz ver a pessoa como uma obra de arte, um filme bem feito, denso e curioso a passar diante de nossos olhos.

A cultura da superficialidade

Tanto num filme de terror ou numa comédia banal, quanto numa película mais elaborada intelectualmente, o que queremos é que algo nos dê prazer. Do mesmo modo, queremos uma pessoa que nos entretenha ou nos agrade. O que não ponderamos é que arte nem sempre agrada. Muitas vezes ela provoca, como nas obras de arte contemporânea, uma abertura ao insuportável. Por isso, tantas exigem de nós que nos tornemos intérpretes sérios, cuidadosos e atentos, sob pena de simplesmente fugirmos das experiências propostas. Do mesmo modo, as pessoas são bem mais complexas do que o que delas podemos saber. Por isso também muitos preferem fugir dos que conhecem, mas também dos que não conhecem. Porém, este tipo de atitude não nos deixa longe de contradições. Junto deste comportamento hoje em dia comum, cresce a queixa da solidão e da dificuldade de relacionamento.

Quem está disposto a realmente respeitar a novidade aberta pelo outro? Em geral as pessoas só querem das outras a superfície e, por outro lado, quando a cultura da superficialidade vira regra, queixam-se de que não exista nada mais sob a máscara. Mudar de percepção seria como aprender a assistir filmes intelectualmente mais complexos. Ou livros mais exigentes.

O prazer de não pensar

A idéia da beleza sempre dependeu deste ideal do prazer. Para muitos não há como ver sentido longe dele. Kant falava da beleza como aquilo que agrada sem que precisemos pensar por que agrada. Coisas sem significado não podem agradar. Ele mesmo percebeu que há muita coisa que não produz um prazer imediatamente agradável, mas mesmo assim funciona aos sentidos humanos. Kant, que não entendia de arte, pensava no belo da natureza. Belas eram as mulheres, as paisagens tranqüilas com riacho e flores. Pensava, porém, no encanto estranho que sentimos com as tempestades de raios ou a visão do imenso deserto, do mar aberto. Explicou isto pelo sentimento do sublime, pelo qual entendia uma mistura de prazer com desprazer em que o significado da coisa vista jamais era plenamente alcançado. O sentimento do sublime mais do que a sensação de algo agradável provocaria o respeito. Por isso justificava que a natureza dos homens era nobre, enquanto a das mulheres era bela. Aqueles deviam motivar o respeito, enquanto estas apenas o agrado.

Tudo isso no mostra o quão delicado é julgar e emitir juízos sobre as coisas e as pessoas. Infelizmente vivemos uma cultura da leviandade em relação às interpretações. E tudo isso porque não somos bons leitores do que vemos, do que ouvimos, do que nos dizem. Certamente somos também desatentos à nossas próprias opiniões. Contentamo-nos em gostar e desgostar como se isso fosse a base legítima de uma relação na ordem pública, onde se exigem argumentos tantos quando é o caso de colocar uma novela no ar, uma exposição de pinturas ou um filme em cartaz. Interpretamos a vida com base em nossos pré-conceitos, raramente questionando os reais motivos que nos impelem a dizer isto ou aquilo de algo ou de uma pessoa. Raramente temos atenção ao que realmente se dá à nossa volta. As obras de arte hoje em dia servem para nos ensinar a atenção à nossa própria interpretação. Neste sentido elas nos ensinam a cuidar de todo o campo de nossas relações. Elas exigem que nos tornemos atentos. Talvez quando formos atentos, possamos

Publicado em Vida Simples em 2008.



Estou a cada dia mais encantada com a dialéctica desta incrível escritora-filosofa, Márcia Tiburi. Tenho lido alguns ensaios, artigos, que encontro aqui ou acolá na rede. Chego a coçar de vontade de ler os livros que compõem sua trilogia sobre a intimidade. Devem chegar semana que vem. Não vejo a hora!!!
Roberta Carrilho