segunda-feira, 5 de julho de 2010

NÃO “SUPEREXPLIQUE” AS COISAS - Livro: Amar sem Mimar



Os pais com quem converso freqüentemente têm a preocupação em se comunicar com seus filhos em um nível mais profundo do que apenas ditar ordens. Muitos deles recordam sua própria infância com sendo cheia de regras rígidas e ordens infinitas que pareciam arbitrárias e que não consideravam os seus sentimentos. Eles acreditavam que as crianças têm direito a explicações e acham que, se pelo menos não tentarem conversar sobre as coisas, não estarão tratando seus filhos com respeito. Eles também odeiam ser muito abruptos; isso pode parecer indelicado ou impaciente.

Muitos pais que argumentam excessivamente têm dificuldade para dizer não. Eles estão procurando algo para minimizar a decepção e acreditam que as explicações fazem isso. A verdade é que, quando você adquire o hábito de explicar cada decisão eternamente, isso apenas faz com que seu filho fique mais inclinado a discutir. E alguns assuntos não são negociáveis: você usa cinto de segurança porque isso é lei; vocês dão as mãos para atravessar a rua porque é uma regra.

Os pais também têm a convicção de que, se derem para seus filhos muitas explicações, eles felizmente mudarão de idéia sobre o que queriam no primeiro momento (o que eu acho uma fantasia). O que eles pensam ser motivo é, na verdade, uma tentativa de convencimento. Considere este diálogo que minha aluna Mary teve com sua filha de cinco anos de idade, Isabel, que não quis ser deixada em casa com uma babá, enquanto seus pais saíram para o jantar:


  • Isabel: Eu quero ir também!

  • Mãe: Você realmente não quer ir. Você e Sandy sempre se divertem muito, quando ela vem cuidar de você.

  • Isabel: Eu quero ir com vocês. Eu não quero que a Sandy venha.

  • Mãe: Você me falou que estava esperando por Sandy. Ela é a sua babá favorita.

  • Isabel: Eu não ligo. Eu quero ir com vocês.

  • Mãe: Mas, doçura, você se sentirá tão entediada naquele restaurante...

  • Isabel: Não, eu vou!

  • Mãe: Além do mais, a comida é nojenta. Eles nem mesmo cozinham o peixe e você odeia arroz. Peixe cru e arroz! Eca!

  • Isabel: Eu poderia comer só um pouco. Talvez eu até goste.

Não é difícil perceber aonde esse diálogo chegaria. Claramente, Isabel tinha apenas uma coisa em sua mente: queria ir com os pais. E, tentando desse jeito, sua mãe não iria convencê-la de que ela realmente ficaria em casa. Em vez disso, Mary precisou cortar a discussão com algumas palavras amorosas e um firme adeus:


  • Mãe: Venha cá e me dê um grande abraço, filha. Nós estamos indo.

  • Isabel: Eu quero ir!

  • Mãe: (abraçando Isabel): Eu sei, querida. Nós sairemos juntos à noite em breve. Mas, hoje, o papai e eu temos um encontro de adultos.

  • Isabel: Por que eu não posso ir?

  • Mãe: Talvez outro dia, agora nós temos de ir. (Beijando Isabel, ela se levanta e sai).

Aqui está uma dica: se, quando seu filho alcançar a idade de cinco anos, você começar a tratá-lo como se ele estivesse pronto para faculdade de direito ou para equipe de debates da escola, esse é um ótimo sinal para argumentar ou para a equipe de debates da escola, esse é um ótimo sinal para argumentar menos e declarar sua posição firme e claramente, sem explicações infinitas.



Nancy Samalin e Catherine Whitney

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