quinta-feira, 29 de abril de 2010

DO OUTRO LADO DA JANELA



Dois homens, ambos gravemente doentes, estavam no mesmo quarto de hospital. Um deles podia sentar-se na sua cama durante uma hora, todas as tardes, para que os fluídos circulassem nos seus pulmões. Sua cama estava junto da única janela do quarto. O outro homem tinha que ficar sempre deitado de costas. Os dois conversavam horas a fio.

Falavam das suas mulheres e família, das suas casas, dos seus empregos, onde haviam passado as férias e etc... E todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava passava o tempo a descrever ao seu companheiro de quarto todas as coisas que conseguia ver do lado de fora da janela.

O homem da cama ao lado começou a viver à espera desses períodos de uma hora, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a atividade e cor do mundo do lado de fora da janela. A janela dava para um parque com um lindo lago. Patos e cisnes chapinhavam na água enquanto as crianças brincavam com seus barquinhos. Jovens namorados caminhavam de braços dados por entre flores de todas as cores do arco-íris. Árvores velhas e enormes acariciavam a paisagem, e uma tênue vista da silhueta da cidade podia ser vista no horizonte.

Enquanto o homem da cama perto da janela descrevia tudo isto com extraordinário pormenor, o homem do outro lado do quarto fechava os olhos e imaginava a pitoresca cena.

Um dia, o homem perto da janela descreveu um desfile que estava a passar. Embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda, ele conseguia vê-la e ouvi-la na sua mente, enquanto o outro senhor a retratava através de palavras bastante descritivas. Dias e semanas se passaram.

Uma manhã, a enfermeira chegou ao quarto trazendo água para os seus banhos e encontrou sem vida o corpo do homem que ficava perto da janela. Ele havia falecido calmamente enquanto dormia. Ela ficou muito triste e chamou os funcionários do hospital para que levassem o corpo.

O outro homem, logo que lhe apareceu apropriado, perguntou se podia ser colocado na cama perto da janela. A enfermeira disse que sim e logo fez a troca.

Depois de se certificar que o homem estava bem instalado, a enfermeira deixou o quarto.

Lentamente, cheio de expectativas – e de dores -. o homem ergueu-se apoiado nos cotovelos, para contemplar o mundo lá fora. Fez um grande esforço e finalmente conseguiu olhar para o lado de fora da janela ... que dava, afinal, para uma enorme parede de tijolos!

O homem perguntou à enfermeira o que teria feito com que o seu falecido companheiro de quarto lhe tivesse descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela.

A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem sequer conseguia ver a parede.

“Talvez ele quisesse apenas dar-lhe coragem...”

MORAL DA HISTÓRIA
Há uma felicidade tremenda em fazer os outros felizes, apesar dos nossos próprios problemas. A dor partilhada é metade da tristeza, mas a felicidade quando partilhada é dobrada.


Este texto recebi de presente com muito carinho da Dona Expedita, uma senhora de 60 e tantos anos, que frequenta o grupo de estudos do Centro Espírita Joana D'Arc, do qual faço parte. Nós nos reunimos todos os domingos a tardinha para estudar o "Evangelho Segundo Espiritismo" e o "Livro dos Espíritos", ambos de Alan Kardec.

Nosso grupo é amistoso e o ambiente é muito agradável. Lá tenho aprendido muitas coisas boas com a Dona Alaíde, que é como se fosse uma mãe para mim. Sempre amorosa e zela pelo meu desenvolvimento espiritual e pessoal. Sou lhe muito grata!!!

Então compartilho com todos esta mensagem que eu adorei.


Roberta Carrilho

Nenhum comentário:

Postar um comentário